Beneficiários do Bolsa Família repassaram R$ 652 mil para candidatos em campanhas eleitorais


Um estudo recente apontou que indivíduos beneficiários do Programa Bolsa Família contribuíram com mais de R$ 652 mil para candidatos nas Eleições Municipais de 2024.

Essa descoberta suscitou questionamentos sobre a origem dos recursos e a compatibilidade dessas doações com a realidade financeira das famílias atendidas pelo programa. Os montantes doados superam o limite que famílias em situação de vulnerabilidade poderiam dispor.

A pesquisa, conduzida pelo portal Metrópoles, utilizou dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e os cruzou com informações do Bolsa Família, levantando preocupações sobre a legalidade e ética dessas contribuições.

Embora não exista proibição para beneficiários do programa realizarem doações, o alto volume de recursos levantado desperta atenção.

Quantidade de beneficiários do Bolsa Família que contribuíram para campanhas políticas gera preocupação

O levantamento revelou que pelo menos 419 beneficiários do Bolsa Família fizeram doações abaixo de R$ 100 para campanhas eleitorais em 2024. Esse número aumentou consideravelmente quando analisadas as doações de valores mais altos.

Outros 177 beneficiários contribuíram com valores entre R$ 500 e R$ 1 mil, enquanto 297 transferiram quantias acima de R$ 1 mil.

A maior doação registrada, no valor de R$ 9 mil, foi feita por um beneficiário do programa para a campanha do DJ Marcelo Mattos, candidato à Câmara Municipal de Belo Horizonte.

Esses dados chamam atenção por não condizerem com a realidade socioeconômica das famílias dependentes da ajuda financeira do governo.

Essa situação levanta questionamentos sobre a origem dos recursos e se o dinheiro do Bolsa Família está sendo utilizado para fins que vão além da sustentação familiar, o que poderia comprometer a integridade do programa.

Embora as doações de pequenos valores possam parecer menos impactantes, a quantidade significativa de beneficiários envolvidos e o valor total arrecadado indicam a necessidade de uma fiscalização mais rigorosa.

Essa realidade também pode gerar desconfiança no sistema e abrir espaço para especulações sobre possíveis irregularidades.

A prática de doações por beneficiários do Bolsa Família não é ilegal, porém deve ser observada com cuidado, considerando a suposta situação de vulnerabilidade das famílias atendidas pelo programa.

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É importante lembrar: existe um limite para as doações!

Apesar de não haver proibição para doações de beneficiários do Bolsa Família para campanhas políticas, há um limite a ser respeitado.

Conforme instrução normativa do Ministério da Cidadania, os beneficiários que realizarem doações financeiras em valores considerados atípicos podem ter seus benefícios cancelados. O máximo estabelecido para as doações é de dois salários mínimos per capita mensais.

Dessa forma, qualquer doação que ultrapasse esse limite pode ser considerada fora dos padrões permitidos e resultar em sanções aos doadores.

O intuito desse limite é garantir que as famílias realmente necessitadas do Bolsa Família não comprometam sua subsistência ao destinarem recursos às campanhas políticas.

Além disso, esse teto visa evitar fraudes e o uso indevido dos recursos do programa, destinado a suprir as necessidades básicas das famílias em situação de pobreza.

O descumprimento dessas regras pode levar à suspensão do benefício, e as autoridades já demonstraram que estão atentas às doações que excedem os limites estabelecidos.

O Ministério da Cidadania, em comunicado, afirmou não existir regulamentação específica sobre o uso dos recursos do Bolsa Família. Assim, os beneficiários têm liberdade para empregar a ajuda conforme considerarem adequado.

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